Vereadores que apoiam Lula e Bolsonaro trocam ataques e ofensas e envergonham a Câmara e a política de Mogi

A Câmara de Mogi das Cruzes desceu, nesta quarta-feira, a níveis nunca antes alcançados ou sequer imaginados. Durante a votação da moção de repúdio à corrupção institucionalizada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o vereador Felipe Lintz (PL) chamou o colega parlamentar Rodrigo Romão (PCdoB) de “vagabundo” em plenário, após troca de acusações e ofensas.

A moção, proposta por Priscila Yamagami (PP) e Lintz, citou irregularidades reveladas pela Operação Bandeirantes – deflagrada em abril deste ano – e apontadas por auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal, que apuram fraudes em descontos indevidos de associações e entidades sobre benefícios do INSS. Segundo as investigações, os prejuízos podem ter ultrapassado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025, afetando diretamente aposentados, pensionistas e beneficiários.

Apesar do clima tenso e dos ânimos exaltados, o texto foi aprovado pelo Legislativo mogiano. No calor da discussão, Felipe Lintz também usou palavras duras contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem classificou como “canalha, ladrão de aposentados, vagabundo e bêbado”, acusando o Governo Federal de lesar aposentados e pensionistas.

“O que nós temos aqui para falar é que Lula é, sim, um verdadeiro canalha, ladrão de aposentados, um vagabundo, um bêbado, que está na presidência do País hoje disposto a roubar os mais necessitados. Esse sujeito, que durante toda a sua trajetória enchia a boca para dizer que era defensor dos trabalhadores, defensor dos mais pobres.

Isso precisa ficar muito claro: Lula é um ladrão de aposentados, ladrão de velhinhos, ladrão de pessoas que precisam desse benefício, dos pensionistas. Quero deixar muito claro também que esta Casa não pode ficar calada diante de um absurdo como esse”, disparou Lintz.

Rodrigo Romão rebateu as acusações, dizendo que o vereador “distorce os fatos” ao omitir que as investigações começaram em 2021, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Ele também criticou o comportamento de Lintz, chamando-o de “desrespeitoso” e acusando-o de agir de forma “ridícula” até em suas redes sociais.

“Quem vende cursos on-line, gratuitos, de forma ilegal na internet, é o quê? Com centenas de reclamações no ‘Reclame Aqui’, é o quê? Estelionato, corrupção também. Quem vem aqui falar de corrupção tem que olhar para o seu próprio rabo”, disse Romão.

Já no fim da discussão, Lintz respondeu de maneira ainda mais agressiva, chamando Rodrigo Romão de “vagabundo” em plenário:

“Vai ter que responder na Justiça o que o senhor quis dizer exatamente com isso. E eu quero que o senhor prove. O senhor foi eleito na raspa do tacho. Está aqui por dó. Seu vagabundo”, dispara Lintz.

O presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, Francimário Vieira, o Farofa (PL), tentou apaziguar os ânimos após o bate-boca em plenário. Em sua fala, ele classificou o episódio como “lamentável” e destacou que o Legislativo mogiano nunca havia presenciado uma cena parecida.

Ele lembrou que, mesmo em debates acalorados de gestões anteriores, “sempre houve respeito entre os parlamentares”. O presidente também lamentou que jovens visitantes e convidados tenham presenciado o bate-boca e pediu que situações como essa não se repitam mais na Casa de Leis.

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