A fumaça branca subiu pela chaminé da Capela Sistina nesta quinta-feira, 8, anunciando ao mundo a escolha do novo líder da Igreja Católica. Nascido Robert Prevost, o agora papa Leão XIV assume o pontificado aos 69 anos, tornando-se o primeiro papa norte-americano da história e sucessor de Francisco. Com um perfil conciliador, ele carrega a reputação de conseguir dialogar com diferentes alas na igreja: conservadores e progressistas.
Em seu primeiro discurso, foi direto: “Podemos todos caminhar juntos”.
De ascendência francesa, espanhola e italiana, Prevost é membro da Ordem de Santo Agostinho. Ingressou no noviciado em St. Louis, em 1977, e professou os votos em 1981. Segue, assim, os passos de Santo Agostinho — reconhecido pela Igreja como um dos maiores intelectuais cristãos, cuja obra influenciou profundamente a filosofia e a teologia ocidentais.
Formado em matemática, filosofia e teologia, Leão XIV traz consigo um lema significativo: “In Illo uno unum” — “Em um só, nós somos um”. A frase, de um sermão de Santo Agostinho, reforça a busca por unidade e comunhão na diversidade da fé cristã.
Nos últimos cinco anos, Prevost viveu uma escalada intensa no Vaticano. Foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, em 2023, além de ter sido elevado a arcebispo e depois cardeal por Francisco.
Em entrevista, o diácono Alexandre Varela analisou o perfil do novo papa e indicou qual o caminho ele deve seguir em seu pontificado.
“Ele é um agostiniano, ele é um monge, então ele tem esse espírito monástico. Esse espírito vai trazer mais a moderação, mais o ‘ser igreja’, embora tenha deixado claro que ‘será Francisco’”, declarou Varela.
O diácono ainda associou Prevost ao papa Francisco, indicando a sinodalidade pregada pelos dois. O conceito refere-se ao processo de caminhar juntos, fraternalmente, visando discernir e tomar decisões importantes para a vida da Igreja.
“O seu lema fala da humildade. É um perfil muito próximo daquilo que os cardeais já queriam. Sinodalidade, igreja unida. Ele fala como Francisco, no quesito construir pontes”, afirmou.
Em 2023, ele celebrou a decisão do papa Francisco de nomear três mulheres para integrantes do Dicastério dos Bispos. Em contrapartida, o pontífice criticou a comunidade LGBTQIA+ e se opôs a um plano do governo local para incluir ensinamentos sobre gênero nas escolas.
Diante de algumas controvérsias, e tendo em vista ter um perfil mais moderado, o papa Leão XIV dá claros sinais de que pretende continuar o legado de Francisco, mas com identidade própria.
